Há momentos em que a paixão por algo é tão forte que, mesmo diante de adversidades, desistir não é uma opção. Esse é o caso de Robert Kubica, que, ao longo dos últimos anos, considerou abandonar o automobilismo. Mas em 2025, ele está longe de pendurar as luvas. “Achei que poderia ser hora de buscar novos desafios”, disse Kubica em uma entrevista em abril. Porém, o automobilismo ainda é sua paixão, e ele não podia simplesmente parar. O Campeonato Mundial de Endurance da F.I.A. trouxe um novo sopro de vida para o polonês, que se prepara para correr nas 6 Horas de Spa-Francorchamps, na Bélgica, neste sábado.
A trajetória de Kubica para a classe de hipercarros merece um documentário. Depois de cinco anos na Fórmula 1 e um acidente quase fatal em 2011, ele reconstruiu sua vida e sua carreira. Retornou às pistas em 2013, vencendo o segundo nível do Campeonato Mundial de Rali naquele ano. “A Fórmula 1 era minha vida”, contou Kubica. Mesmo quando muitos não entenderam sua escolha de competir em ralis, ele buscava um desafio que o mantivesse ocupado. Ele queria testar seus limites e ver o quão competitivo poderia ser.
Kubica voltou à Fórmula 1 como piloto reserva da Williams em 2018, e um ano depois teve a chance de competir, somando um ponto no Grande Prêmio da Alemanha. “Meu retorno à Fórmula 1 foi uma das minhas maiores conquistas”, afirmou. Mas, apesar do retorno, ele sabia que o sonho da F1 estava chegando ao fim. Em 2021, ele se aventurou no endurance e, naquele mesmo ano, venceu três corridas na categoria LMP2 da European Le Mans Series. Ele provou que ainda tinha o que era preciso para vencer.
Em 2025, Kubica compete na classe de hipercarros com a AF Corse, ao lado de Phil Hanson e Yifei Ye. A equipe, afiliada à Ferrari, vem mostrando resultados promissores, ocupando a segunda posição no campeonato após duas corridas. “Todos os pilotos querem vencer”, disse Giuseppe Petrotta, diretor da AF Corse. A experiência de Kubica tem sido fundamental para a equipe. “Ele tem uma mentalidade vencedora e está sempre focado nos detalhes”, elogiou Petrotta.
Phil Hanson, companheiro de equipe de Kubica, está impressionado com a paixão e a resistência do veterano. “Robert ainda tem fome de vitórias”, afirmou Hanson, que é 15 anos mais jovem. A capacidade mental de Kubica também o surpreende, especialmente em situações de tráfego intenso nas corridas. “Ele está sempre pensando em estratégias, além de tudo o mais”, acrescentou Hanson. Com uma carreira marcada por desafios e superações, Kubica encontrou no endurance um novo fôlego, que o mantém motivado e longe de pensar em aposentadoria.
Para Kubica, o automobilismo é mais que uma carreira; é um estilo de vida. “Aprendi em 2011 a não planejar muito à frente”, refletiu. “Enquanto eu estiver saudável e aproveitando o que faço, continuarei. Nunca vou a uma corrida pensando que é apenas trabalho.” Ele compartilha essa paixão com a equipe, e juntos buscam alcançar o melhor resultado a cada corrida. O futuro é incerto, mas uma coisa é certa: Kubica ainda tem muito a oferecer e não vai parar tão cedo.
A jornada de Kubica é uma prova de que a paixão e a determinação podem superar até mesmo os desafios mais difíceis. Mesmo após considerar a aposentadoria, ele encontrou um novo propósito no endurance. E essa “nova vida” no automobilismo trouxe de volta a emoção e a competitividade que o movem desde o início de sua carreira. Em 2025, enquanto ele continua a desafiar seus limites, Kubica nos lembra que nunca é tarde para recomeçar e encontrar novos horizontes.